Com a pandemia de covid-19, a Prefeitura de São Caetano do Sul teve que encarar o desafio das aulas à distância preservando a qualidade do ensino pela qual é reconhecida em todo o País. Os resultados demonstram sucesso: seu sistema de aulas remotas ao vivo, com transmissão pela plataforma Google Meet, atingiu 80% de participação dos alunos, do Ensino Fundamental ao Médio.
“O sistema educacional sofreu grandes transformações. Em nosso município não foi diferente. Tivemos que reinventar o ensino, o que conseguimos graças ao trabalho colaborativo de professores, gestores e formadores de nossa rede”, diz o secretário de Educação, Fabricio Coutinho de Faria.
Segundo o secretário, os bons resultados da educação remota em São Caetano também se devem à experiência adquirida com recursos tecnológicos antes da pandemia. Desde 2019 São Caetano tem uma parceria com a Google for Education, que oferece, gratuitamente, ferramentas tecnológicas para o ensino.
“Desenvolvemos uma plataforma digital, elaborada pela nossa própria equipe, em parceria com a Google. Criamos uma conta (@scseduca.com.br) para todos os estudantes da rede e iniciamos as atividades remotas em abril do ano passado”, lembra Fabricio.
Inicialmente, os alunos recebiam aulas gravadas e atividades para serem feitas em casa, com posterior devolutiva dos professores. A adoção da ferramenta Meet, que permite a transmissão de aulas em tempo real, aprimorou a qualidade do processo de aprendizado. “As aulas ao vivo garantem, sobretudo, melhor interação entre professor e aluno, qualificando as intervenções pedagógicas”, explica a educadora Denise Pattini, diretora do Cecape, Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação Dra. Zilda Arns.
Foi exatamente o que sentiu Isabela Santos Hilário Ricci, mãe de Heloísa, 14 anos, e Júlia, 11 anos, respectivamente alunas do 9º e 7º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rosalvito Cobra. “As meninas participam mais das aulas, prestam mais atenção”, conta Isabela que organizou espaços diferentes para as filhas assistirem às aulas no mesmo período: uma no quarto, outra na sala.
Para a aluna Júlia Ansanelli, 16 anos, que cursa o 2º ano do Ensino Médio na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Arquiteto Oscar Niemeyer, o melhor do ensino remoto em tempo real é poder terminar a aula com o aprendizado consolidado. “É bom tirar as dúvidas com o professor na hora”, diz a estudante, que planeja prestar vestibular para Psicologia no ano que vem.
MATERIAL IMPRESSO
Alcançar a adesão de 80% dos estudantes nas aulas remotas é um feito a ser comemorado. Numa pesquisa feita em maio do ano passado, menos da metade dos alunos da rede estadual estavam participando das aulas à distância. Mas a Secretaria Municipal de Educação tem a meta de não deixar nenhum aluno para trás. “As aulas são gravadas e disponibilizadas nas salas de aula virtuais, para o aluno que esteja impossibilitado de participar da aula em tempo real. E para os alunos com dificuldade de acesso à internet, o material impresso continua sendo disponibilizado”, relata Denise Pattini.
Ela ressalta, também, que uma busca ativa vem sendo promovida para identificar os alunos que não acessam as aulas e não retiram o material impresso. “Fazemos um esforço para que não haja nenhum aluno fora do ambiente escolar, seja ele presencial ou remoto”, diz a professora.
O secretário de Educação ressalta que todos os materiais – os impressos e as atividades propostas a distância – foram elaborados pelos próprios professores da rede, em parceria com os formadores do Cecape. “Essa decisão surgiu da valorização da nossa equipe docente e do nosso próprio currículo, adaptado às necessidades pedagógicas de nossos alunos.”
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